http://www.makepovertyhistory.org O Mal da Indiferença: "Até que a Morte nos separe?"

domingo, julho 09, 2006

"Até que a Morte nos separe?"


As Nações Unidas definem violência contra a mulher como:

“Qualquer acto de violência baseado na diferença de género, tendo como resultado sofrimentos e danos físicos, sexuais e psicológicos da mulher, inclusive ameaças de tais actos, coerção e privação da liberdade seja na vida pública ou na vida privada.”

(Conselho Social e Económico, 1992)

O historial deste enunciado leva-nos a considerar que a violência existe desde que o sistema patriarcal se instalou, ou seja, a Sociedade cedeu lugar à dominação masculina. Assim, a mulher deixou de ter um valor privado para passar a ter um valor público: nos termos económicos, a mulher é vista, nas Sociedades Hodiernas, como uma mercadoria preciosa, negociável e submetida a toda a espécie de violência. Com o processo de Civilização das Sociedades do qual falava Norbert Elias (este é um processo de longa duração: a escala muda o seu fenómeno) fala-se do da “estilização e da estetização da Vida [e logo da mulher]” no sentido de sublinhar a elegância e a graciosidade femininas levadas ao extremo, apresentando como consequência: a violência. Teoricamente, este processo conduzia a Sociedade a um auto-controlo, a uma auto-contenção e a uma auto-censura, o que não se veio a constatar, na prática. As necessidades de lidar com os impulsos e com as agressões são, cada vez menos, controladas e ilimitadas. Por isso, segundo as estatísticas, a violência tem registado níveis ascendentes, constatando-se que este é um problema social que não se limita ao campo da saúde pública, mas direcciona-se essencialmente ao campo da violação dos direitos Humanos. Desta forma, passo a clarificar alguns termos fundamentais na esfera problemático-social:

· Violência Sexual: esta é uma prática que engloba os comportamentos de abuso, violação e assédio sexual. Este termo designa o uso da força destinada a exercer uma coacção física, de carácter individual ou colectivo que exercida, na sua maioria, pelo homem sobre a mulher, lhe permite comportar vários graus e assentar em níveis diversos, como a fé, a liberdade ou a integridade física.

· Abuso Sexual: esta é uma prática ou acto sexual levados ao extremo/ até às suas ultimas consequências, face a um menor ou do sexo oposto ao agressor. Estas práticas, etimologicamente falando, são de carácter exibicionista perante o outro (esse outro normalmente é uma mulher ou uma criança), obscenidade escrita ou oral, obrigatoriedade em assistir a espectáculos pornográficos e uso desses agentes (crianças e mulheres) para fins pornográficos.

· Violação Sexual: esta é uma forma de violência e de abuso sexual que a maior parte das leis define como agressão sexual com penetração sem consentimento mútuo. Esta prática condiciona a liberdade do outro, obrigando-o a aceitar comportamentos sexuais que não deseja.

· Assédio Sexual: forma de pressão sobre a outra pessoa (esse alguém é, mais uma vez, uma criança ou uma mulher), com o fim de lhe impor práticas não desejáveis.

Após esta conceptualização, verifica-se nos termos metafóricos que as promessas, os juramentos de fidelidade eterna perante alguém que está acima do terrestre (a visão católica valoriza o topo em detrimento do terrestre, logo a salvação da alma estará assegurada se os actos, intra e extra mundanos, forem praticados de uma forma legitima, coerente e justa), num simples acto de aliança, é cada vez mais, descredibilizado, pois a prática deforma o sentido teórico (palavra) da crença. Ao longo da História, encontramos casos de violência sexual: da Bíblia às guerras do século 20, passando pela mitologia greco-romana e pela Idade Média. Actualmente, a violência é combatida nos países desenvolvidos e naqueles países onde as condições básicas de Vida são deploráveis assiste-se a acções de curto-prazo. As campanhas de sensibilização são em numero limitado, logo precisamos de campanhas de associações e de movimentos de ordenamento e de planeamento, de longa duração. Este é um exemplo, entre muitos outros, que nos fazem reflectir na artificial aliança de fé e de fidelidade eterna: “Até que a morte nos separe?”.
Ana Ferreira

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Podia ser um bom texto, não tivessem algumas coisas aí terem sido plagiadas. É pena

14:58  

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