http://www.makepovertyhistory.org O Mal da Indiferença: agosto 2007

sexta-feira, agosto 31, 2007

Prémio "Blogue com Grelos"


O blogue “Cusquices de gaja” nomeou o “O Mal da Indiferença” para o Prémio “Blogue com Grelos” que, criado por Marta F., distingue as “mulheres que, na sua escrita, para além de mostrarem uma preocupação pelo mundo à sua volta, ainda conseguem dar um pouco de si, dos seus sentires e com isso tornar mais leve a vida dos outros. Mulheres, mães, profissionais que espalham a palavra de uma forma emotiva e cativante. Que nos falam da guerra mas também do amor.
Respondendo ao repto lançado pelas “cuscas das gajas”, “O Mal da Indiferença” segue com as seguintes nomeações:

· Colectivo feminista, d’ “O Feminismo está a passar por aqui…”
· Misscalli, do “Psicocoisas
· “Humanidade Desumana
· Cuscas das gajas, do “Cusquices de Gajas
· Fuensanta M. Clares, do “Artículos

As bloggers nomeadas devem eleger mais cinco bloggers e enviar as nomeações para AQUI!

terça-feira, agosto 28, 2007

Prémio Maria Lamas 2006:

O Mal da Indiferença” tem o júbilo de anunciar que o Prémio Maria Lamas 2006, atribuído pela Comissão para Cidadania e Igualdade de Género, foi entregue à jornalista do Público, Joana Amaral Cardoso, pela reportagem “Feminismo.blog.pt”. Este trabalho jornalístico, que contou com um modesto contributo d’ “O Mal da Indiferença”, debruça-se sobre as intervenções feministas na blogosfera portuguesa e estrangeira.
Feminismo.blog.pt está, agora, disponível on-line e pode ser lida AQUI!
Anabela Santos

segunda-feira, agosto 27, 2007

"Não queria um 8 de Março para os homens"

Entrevista da presidente da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Géneros, Elza Pais, ao Correio da Manhã, publicada na edição de ontem:
"Trabalhou no Instituto de Reinserção Social em Coimbra, dirigiu o Instituto da Droga e da Toxicodependência e foi convidada a presidir à Comissão para a Igualdade e Direitos das Mulheres, recentemente rebaptizada Comissão para a Cidadania e Igualdade de Géneros – “uma mudança de paradigma”. Elza Pais explicou que é tudo uma questão de Direitos Humanos.
De onde vem este interesse pelo tema dos direitos das mulheres?
Desde sempre trabalhei muito as causas sociais. Fui professora no Instituto Miguel Torga em Coimbra, e agora na Universidade Católica, sempre na área social. Formei muitas das assistentes sociais do País...

Considera-se uma feminista?
Considero, porque luto pelos direitos das mulheres. E ao lutar pelos direitos das mulheres luto pelos direitos das pessoas. Ao fazer isto também estou a lutar pelos direitos dos homens.
O discurso feminista foi muito acusado de ser um discurso de autovitimização...
Há feminismo e feminismo. Há várias etapas. Nas suas primeiras afirmações teve de sublinhar determinadas discriminações para as salientar. Se não tivesse sido assim, hoje não se falaria da igualdade de géneros como falamos. Hoje exige-se às feministas uma nova atitude no sentido de chamar os homens a reivindicar os direitos das próprias mulheres. Uma sociedade em que homens e mulheres vivem de costas voltadas não é uma sociedade justa.
Já se conseguem ver resultados concretos, práticos, das políticas de igualdade de oportunidades?
Sim, o facto de ter existido este ano [Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades] que foi acolhido pelo Parlamento e pelo Conselho já em 2002/2003 e que está agora em pleno, é sinal de que, ao nível da política, estes temas começam também a ser valorizados. E o facto de termos planos – vamos no 3.º Plano Nacional para a Igualdade, no 3.º Plano Nacional contra a Violência Doméstica, no 1.º Plano Nacional contra o Tráfico de Seres Humanos. Claro, num primeiro momento foi através dos movimentos feministas dos anos 60/70 que estes temas vieram para a ribalta. Não são longínquos os tempos em que as mulheres não podiam votar, em que não se podiam ausentar para o estrangeiro sem pedir autorização aos maridos, em que não podiam integrar determinadas carreiras profissionais, não podiam ser magistradas. Hoje é inconcebível. As próprias carreiras da magistratura têm muito mais mulheres do que homens.
Não lhe parece que alguns homens se sentem ameaçados por todas estas movimentações e estão no limiar de exigir um dia mundial do homem?
Se isso acontecer parece-me que estamos no caminho errado, porque a valorização da mulher não deve implicar a anulação do homem. Eu não queria substituir o 8 de Março das mulheres por um 8 de Março para os homens.
Dentro da Comissão existe igualdade de géneros? Há muitos homens a trabalhar aqui?
Não tantos quantos eu gostaria e há muito poucos porque até há pouco tempo as mulheres é que reivindicavam a afirmação destes direitos. A comissão foi-se construindo com o objectivo de dar emprego a quem se interessasse por estas temáticas e quem se interessava eram sobretudo as mulheres.
Então têm alguns homens.
Sim, temos alguns homens. Defendo as representações equilibradas, não só ao nível dos postos de decisão mas ao nível do trabalho em todas as equipas.
Como se enquadra na Comissão, o tráfico de seres humanos?
É um projecto que acabou de ser aprovado. No terreno havia equipas que já vinham trabalhando esta temática, através de várias parcerias e projectos e é um problema que se vive hoje de forma preocupante. Portugal tem uma situação particular, já que funciona como placa giratória. Temos um plano que nos vai permitir desenvolver projectos de apoio a vítimas, desde que elas queiram colaborar com a polícia.
São pessoas apanhadas em redes de prostituição?...
Não só. O tráfico de seres humanos pode envolver homens, crianças...
Leia a entrevista na íntegra AQUI!

segunda-feira, agosto 20, 2007

"Contra a Execução de Menores"

domingo, agosto 19, 2007

Pobreza Extrema: uma tendência com efeitos perversos!

Segundo a ONU, o número de pessoas que vivem com menos de 1 dólar por dia, nos 49 países mais pobres do mundo,principalmente em África,mais do que duplicou nos últimos 30 anos, chegando a 307 milhões - o que equivale a 65% da população. As estimativas dizem-nos que este número pode chegar a 420 milhões, em 2015.
Ana Ferreira

sábado, agosto 18, 2007

"Cancro televisivo"


São perto de três horas da manhã. Deparo-me com um estilo televisivo, passando a publicitar a televisão independente portuguesa, no mínimo aberrante. À parte, a preocupação argumentativa dos comunicadores e informantes, em justificarem a componente teatral, de raíz fictícia deste programa, não encontro legitimidade e pertinência em apresentá-lo. Refiro-me ao “Fiel ou Infiel?”.
Portugal é um país,hierarquicamente,marcado por um elevado grau de iliteracia, ou seja, muitos cidadãos portugueses fazem dos heroís televisivos e das mensagens de apelo, por eles emitidas, um modo de vida real. De outra maneira, nem sempre os programas em transmissão têm em conta as diversas origens e capitais sociais e culturais e caem no erro de passar a ficção como se de realidade se tratasse. De facto, não estou a categorizar nem a estigmatizar o povo português,mas sim a reflectir sobre uma temática imprescindível: há diferentes meios sociais envolventes, há uma população com diferentes níveis de quociente de inteligência, há interpretações falseadas que tomam este programa como um exemplo a seguir; pois o mesmo incentiva por um lado, à traição conjugal e por outro, à exposição corporal e à violência doméstica, na sua forma espectacularizada e extrema, simultaneamente.
Dizem as vozes da filosofia que “não há maneira corrigível, a não ser conhecer o seu contrário”, isto é, o casal só poderá reforçar a sua estabilidade relacional, se conhecer, por via de campanhas de sensibilização e não por meio de uma caricatura de falso esquema, como é o caso do presente programa, a instabilidade e a discórdia, assim como, os riscos de um comportamento grave – traição humana e violência corporal e simbólica. Reitero o meu pensamento: o papel da televisão não deve ser uma tradução de espectáculo falseado e sem regras mentais, deve antes, promover e sensibilizar as estabilidades emocional, humana e social, por meio da demonstração de associações de apoio e protecção, a qualquer tipo de monstruosidade que afecte o inter-relacionamento.
Convicta da representação do comportamento do povo português, por meio da influência televisiva, forma-se uma falsa reprodutibilidade técnica e simbólica, favorecendo uma estrutura de oportunidades que orienta os investimentos de lucro, numa perspectiva interna e centralizada (refiro-me, obviamente, ao lucro televisivo).
Na realidade, a televisão não produz a coesão social, a reunificação das massas sociais e humanas, nem tão pouco a autonomia das mesmas.
Seguindo esta lógica de incoerência, resta-me mostrar a minha indignação, relativamente à “identidade mal disfarçada” de uma produção cultural, harmonizada e contornada pelo recurso à imagem, música e palavra de persuasão teatralizada.
A “consciência terrena” não é, de facto, uma “inconsciência virtual” que não cabe, mesmo assim, no entendimento transcendental.

Ana Ferreira

quarta-feira, agosto 15, 2007

"Where are you Madeleine?"

Basta de espectacularidade!

É preciso a UNIÃO!

terça-feira, agosto 14, 2007

"Diga Não à DISCRIMINAÇÃO e ao CRIME"



FALE COM A APAV!

DENUNCIE!

707 200 077

segunda-feira, agosto 13, 2007

"Fragmentos do destino?"


Mulher sofrida...oprimida pelas garras da vida
Mulher a olhar e a vaguear....
Também a flutuar no vácuo de um labirinto...
Mulher desfeita, ferida, perdida no deserto de um lar
Mulher desfraldada da sua bondade...do seu amor...
Da sua simplicidade, da sua inocência, paciência
Do seu carinho, a sua ternura.....
Mulher de coração sangrado pelas feridas...
Feitas ontem e abertas a cada momento.
Mulher desvairada que já não sabe quem foi
Muito menos quem é....
Mulher que não sabe mas sente o cheiro
Precioso de uma rosa, nem...
O tocar suave numa pedra áspera.
Mulher...percorrendo a vida, só à espera da morte...
Mulher frívola tornou-se para não mais sentir
Os momentos...tornados obscuros...
Mulher a querer voar para a eternidade de nem sei o quê...
De asas abertas e cabeça erguida dizendo:
Adeus à maldade, ao sofrimento, às lágrimas de sangue...
Mas mesmo assim ela torna a dizer:
Mulher – luta e fortaleza,
faz algo por ti mesma;pois sem ti Mulher...
O mundo seria despovoado...
Mulher o universo é teu e do teu caminho,
Da tua força de mulher e humana.
Por mais que te custe, sê sempre mulher!

domingo, agosto 12, 2007

Quem me leva os meus fantasmas?


Quem me leva os meus fantasmas,
Quem me salva desta espada,
Quem me diz onde é a estrada?

sexta-feira, agosto 10, 2007

"Desqualificação do sistema educativo:um olhar directo sobre a comunidade cigana"


A configuração hierárquica cria patamares classistas e grupais de acordo com as possibilidades económicas e com a maior ou menor aproximação ou o maior ou menor afastamento relativamente aos capitais social, económico, cultural e outros. A comunidade cigana, porque apresenta uma perspectiva de grau de escolarização diferenciado (capital cultural), o sistema educativo acaba por não criar uma “igualdade de oportunidades”, pela busca das origens de cada aluno, ou seja, pela diferenciação classista, ética e / ou racial e de género. Num pensamento único, o sistema de incentivo à escolarização tem apostado na selectividade da integração, isto é, excluí, fortemente, os alunos das camadas sociais mais baixas, por meio de um conjunto de procedimentos e acções que direccionam os alunos para os seus respectivos destinos.
Numa perspectiva prática e dinâmica, o sistema educativo é visto como (re)produtor de desigualdade, na medida em que, de forma sempre velada e resguardada pelos discursos do mérito académico, favorece, apenas os portadores do habitus (incorporação e interiorização da exterioridade) considerados legítimos, os grupos detentores de mais poder económico e social. Na realidade, o capital cultural engloba um conjunto de saberes, competências, códigos e outras aquisições, independentes dos “rótulos” classistas e sociais de maiores ou menores possibilidades para ter êxito escolar. Na sua forma incorporada, o capital cultural “é um ter que se tornou ser, uma propriedade que se fez corpo e se tornou parte integrante de uma pessoa – é um habitus – dada a interiorização da exterioridade” (Bourdieu, 1998, pp. 74-75). De facto, a transmissão deste capital requer tempo e investimento de modo dissimulado, invisível e inconsciente. Ora, a transmissão hereditária deste capital e a impossibilidade de ser controlada pelas famílias ou instituições sociais faz com que o capital cultural seja mais ou menos propenso para o fracasso ou para o sucesso da trajectória dos alunos.
De acordo com os dados de uma investigação feita pela Drª Maria Casanova, investigadora de Educação pela Universidade do Minho, os professores interagem, essencialmente com os grupos que se situam mais próximos dos mesmos, sendo, socialmente, vistos como os mais capazes. De facto, a imposição social e cultural dá-se pela reprodução do socialmente dominante, por uma linguagem e um código específicos que dão êxito à cultura dominante, desvalorizando uma outra forma valorativa e normativa, regida por uma estrutura peculiar. Na realidade, a reprodução cultural só se poderá dar pela negação da cultura dominante ou então pela criação de estratégias educativas que estabelecem a ponte entre modos de pensar e estilos de vida diferenciados.
Na cultura cigana, a criança ganha “autonomia” para se educar sozinha, desde muito nova. A sua socialização primária é feita autonomamente e quando ingressam no mundo escolar, as crianças,de origem cigana,não sentem que as suas competências são valorizadas, pois, na sua Comunidade, elas são motivadas ao que é de interesse, na sua cultura. Assim, os educadores criam duas estratégias diferenciadas, que nem sempre são as melhores: impingem um saber dominante ou criam um conhecimento estratégico e alternativo, completamente distanciado do modelo dominante. Em suma,a Escola, pela sua falta de identidade, partilha e sociabilidade estigmatiza a cultura dominada – a cultura cigana.

Ana Ferreira

quarta-feira, agosto 08, 2007

Suspiros de Simone de Beauvoir

“In writing 'The Second Sex' I became aware, for the first time, that I myself was leading a false life, or rather, that I was profiting from this male-oriented society without even knowing it. What had happened is that quite early in my life I had accepted the male values, and was living accordingly”.
"I tended to scorn the kind of woman who felt incapable, financially or spiritually, to show her independence from men. In effect, I was thinking, without even saying it to myself, “if I can, so can they”. In researching and writing 'The Second Sex' I did come to realize that my privileges were the result of my having abdicated, in some crucial respects at least, my womanhood".
"Through 'The Second Sex' I became aware of the struggle needed. I understood that the vast majority of women simply did not have the choices that I had had, that women are, in fact, defined and treated as a second sex by a male-oriented society whose structure would totally collapses if that orientation was genuinely destroyed. But economically and politically dominated peoples anywhere, it is very hard and very slow for rebellion to develop. First, such peoples have to become aware of that domination. Then they have to believe in their own strength to change it. Those who profit from their “collaboration” have to understand the nature of their betrayal. And finally, those who have the most to lose from taking a stand, that is, women like me who have carved out a successful sinecure or career, have to be willing to risk insecurity in order to gain self-respect. And they have to understand that those of their sisters who are most exploited will be last to join them".
"Having understood that capitalism leads necessarily to domination of poor people all over the world, masses of women began to join the class struggle – even if they did not accept the term “class struggle”. They became activists. They joined the marches, the demonstrations, the campaigns, the underground groups, the militant left. They fought, as much as any man, for a nonexploiting, nonalienating future. But what happened? In the groups or organizations they joined, they discovered that they were just as much a second sex as in the society they wanted to overturn".
Simone de Beauvoir in Society, 1976

domingo, agosto 05, 2007

Assina!

Todos os dias circulam na Internet petições relativas à defesa dos direitos humanos. São apelos daqueles que se recusam a permanecer estáticos perante a perpetração dos crimes mais hediondos. São as vozes e gritos estridentes de mulheres, homens e crianças vítimas das vicissitudes da vida e da iniquidade dos homens. Despoletando uma acção consciente de apoio em cada um de nós, uma petição quebra o silêncio e aquilo que seria uma causa individual transforma-se numa causa colectiva/mundial. Através de um simples clic, que nos ocupa um minuto, juntamo-nos à luta por uma causa, rompemos a imunidade dos criminosos e tornamo-nos construtores de um mundo mais justo!



Anabela Santos

sexta-feira, agosto 03, 2007

"A mancha da origem"


"...ela pode ver os seus pezinhos, que à filha lavava, à beira de uma água corrente. Agudos os olhos, no susto de um roubado momento, e era como se os tivesse beijado: nunca antes soubera que pudesse haver uns pezinhos assim, bonitos, alvos e rosados, aquela visão jamais esqueceria...de uns pezinhos e um corpo assim:quente e seu. Para além de uma mãe, surgira uma amante."
Inserindo-as numa estrutura dinâmica, muitas crianças são envolvidas em práticas de abuso e de sedução sexual, por parte dos seus progenitores, passando a fazer parte, involuntária e forçosamente, de uma “máquina de teatralidade”, de cariz sexual. Neste sentido, falamos de incesto seja maternal, seja paternal. Muitos homens e mulheres movidos pela prostituição, pela obsessão da prática sexual, pela fragilidade de uma relação conjugal e de um consequente desejo de responder à sua vontade naturalista (sexual) excitam-se, enquanto abusam e submetem seres indefesos, a comportamentos eróticos, reprimindo-os sexual e psicologicamente. Os agressores perturbam, frequentemente, a personalidade das vítimas com palavras, gestos e insinuações de sedução sexual. Aqui, podemos falar de uma forma de violação simbólica, levada ao extremo, apesar de muitos pais não sentirem a gravidade dos seus actos, já que a sociedade confinou a expectativa do desempenho de papéis que passam pela protecção e apoio aos filhos e como tal é fácil camuflar tais comportamentos indignos.
Na realidade, as cenas de sedução sexual não saem tão cedo da lembrança quanto as crianças esperavam, assim muitas, das mesmas, apresentam durante toda a sua vida um sofrimento óbvio, desvios e bloqueios sexuais ou mesmo comportamentos auto-destrutivos seja a nível psicológico, seja a nível sexual.
Segundo Freud, o complexo de Édipo é superado e normalmente é resolvido quando a criança abandona a fantasia incestuosa, ou seja, quando há uma transformação universal e radical do Ser Humano, em que a relação dual dá origem a uma relação triangular e familiar: pai-mãe-filhos. No fundo, dá-se uma espécie de passagem de uma relação imaginária a uma relação imediata que regista, simbolicamente, a interiorização de regras, valores, normas e morais incutidas pela função socializadora dos pais. No entanto, se os pais não são socializados, no sentido do equilíbrio sexual e social, desregulam a ordem social e prolongam a “lenda” do incesto parental. De facto, este jogo ganha um contorno erótico, não permanecendo ao nível da ternura. O agressor nem sempre é visto como psicologicamente perturbado.

Basta de perturbações incrédulas. Basta de injúrias. Basta de exploração sexual!
Ana Ferreira

Made in China


O Comité Olímpico Internacional designou, em 2001, a capital chinesa, Pequim, para acolher os Jogos Olímpicos de 2008. Sendo a China um país que edifica o seu crescimento económico a expensas de a exploração (na verdadeira acepção da palavra) do trabalho humano/infantil e utiliza instrumentos como a censura para consolidar a autoridade política, levantam-se numerosas interrogações quanto ao modo como o país levará a cabo a realização e a transmissão do evento.

De acordo com os Repórteres sem Fronteiras (RSF), a China mantém presos cerca de 30 jornalistas e 50 cibernautas. O Governo chinês ignora a pressão dos activistas pelos direitos humanos e continua a censurar sites, fóruns de discussão, blogues. “A lei sanciona fortemente a “divulgação de segredos de Estado”, a “subversão” e a “difamação”, acusações que frequentemente se utilizam para silenciar as vozes mais críticas”, lê-se num comunicado do RSF.
“Não aos Jogos Olímpicos sem Democracia!”

Para que a realização dos Jogos Olímpicos seja transparente, os RSF exigem a libertação de todos os jornalistas e cibernautas presos no país; a abolição definitiva dos artigos restritivos do Guia dos correspondentes estrangeiros; suspensão dos “11 mandamentos da Internet”, que fomentam a censura e a autocensura. Além disso, reivindicam a legalização das associações independentes de jornalistas e das organizações de defesa dos direitos humanos, bem como a supressão da lista dos profissionais dos media e activistas dos direitos humanos cuja entrada na China está interdita.
Assina petição aqui!

Anabela Santos

Etiquetas:

Discriminar não é humano!



Discriminar não é, de facto, humano.

Etiquetas:

quinta-feira, agosto 02, 2007

Onde estão elas e eles?


São três da manhã, pulo de site em site à procura de respostas, mas não encontro nada que me elucide verdadeiramente. As questões latejam na minha mente e impõem-se pungentemente: onde estão eles e elas que ninguém os encontra?

Onde estão as mulheres em subnutrição, agredidas, violadas consecutivamente, obrigadas a colocar algodão na vagina para reter a menstruação? Onde estão os homens cuja força de trabalho é explorada e a sua própria vida acorrentada e escravizada pelas forças capitalistas? Onde estão as milhares de vítimas de tráfico humano? De Norte a Sul de Portugal, há casas que encobrem a aguda realidade do tráfico de seres humanos, mas não consigo vislumbrar os seus sinais em parte alguma.

Há muito que procuro quem me esclareça, mas parece existir uma cortina que impede que o conhecimento chegue ao comum dos mortais. Envio mails para algumas entidades a solicitar um esclarecimento mais profundo sobre o tema, tentativas que malograram e me retêm na ignorância.

Num encontro com uma socióloga da Cruz Vermelha, descubro mais pormenores, porém, insuficientes. Quando mostro intenção de investigar o tema mais detalhadamente, adverte-me para não o fazer. Assevera que é um universo demasiado perigoso e a melhor solução é deixar as entidades legitimadas combatê-lo. Não posso deixar de reconhecer que, em certa medida, tem razão. Todavia, a vontade de desbravar o tema e a sede de Justiça espicaçam-me.

Outro pensamento assalta a minha mente: há bastante tempo que se reúnem esforços para combatê-lo na Europa e, paradoxalmente, é um fenómeno em crescimento! O que falha no sistema de combate? Quem é que beneficia com a expansão deste crime? Por que razão não há campanhas nos média a consciencializar a população?

Esta é outra questão que me instiga alguma revolta. Lembro-me de um spot televisivo a alertar para o tráfico humano. Esteve algum tempo no ar e, repentinamente, foi banido. Por que motivo desapareceu? Recordo-me ainda de um documentário com apresentação de Angelina Jolie, transmitido em 2005, pela RTP. Foi a primeira vez que assisti à abordagem deste tema na televisão portuguesa. Desde então, nada mais encontrei!

Os média divulgam o desmantelamento de redes de tráfico de droga mas não me recordo de terem feito em relação ao tráfico de seres humanos. Esporadicamente, surge uma notícia a dar conta de uma rusga a uma casa de alterne, com uma leveza e brevidade que me ensandecem. Ah, claro, não interesse. É muito mais importante dar ênfase à saída do Sabrosa do Benfica!

A Internet fornece muitas informações acerca do assunto, mas quase nenhumas sobre o tráfico em Portugal. Leva-me a levantar duas hipóteses: não há informação ou simplesmente não é divulgada. Porquê?

Reitero a minha questão fundamental: onde estão elas e eles?
Perto, pertíssimo de nós e, ao mesmo tempo, tão distantes!

Etiquetas:

Save Darfur!



Mais de 2 milhões de civis foram expulsos das suas casas e mais de 2oo mil pessoas foram mortas desde 2003.
Fome, Violência, Abusos sexuais, Genocídio habitam em cada lugar de Darfur.
Basta!
Anabela Santos

Etiquetas: