http://www.makepovertyhistory.org O Mal da Indiferença: Gritos estridentes do «SIM»

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

Gritos estridentes do «SIM»


“Se há alguma coisa acerca da qual existe um amplo consenso sociológico é que, seja lícita ou ilícita, a decisão de abortar nunca é tomada de ânimo leve, sendo sempre uma situação de grande compulsão psicológica. Não é a ameaça de punição penal que pode servir de dissuasor dessa decisão, nem é a despenalização que a pode banalizar.”

Vital Moreira, PÚBLICO

“Para os defensores do ‘NÃO’, a vitória do ‘SIM’ transformaria um ‘local de vida’ num ‘local de morte’ ou outro slogan semelhante. Todos preferimos promover a vida à morte. Mas, na realidade, o ‘NÃO’ ao aborto no hospital é o ‘SIM’ ao aborto em casa da vizinha, no vão de escada ou num estabelecimento de saúde sem condições médicas e sociais, sem consentimento informado e sem propor alternativas ao aborto. O ‘NÃO’ ao ‘estabelecimento de saúde legalmente autorizado’ é o ‘SIM’ à agulha de tricot.”

José Vítor Malheiros, PÚBLICO

“A defesa da despenalização do IVG não é a apologia da liberalização do aborto e nenhuma mulher é obrigada a fazê-lo. Responder ‘SIM’ tem como objectivo defender a saúde reprodutiva das mulheres e acabar com uma criminalização penal injusta e inadequada.”

António Vilarigues, PÚBLICO

Anabela Santos

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Governo deve tomar medidas em vez de pedir ao povo a solução

Não ! - Não à legalização do aborto através da falsa bandeira (engodo) da despenalização !

A despenalização do aborto é outra forma enganadora de combater o aborto. O número de interrupções de gravidez, no mínimo, triplicará (uma vez que passa a ser legal) e o aborto clandestino continuará - porque a partir das 10 semanas continua a ser crime e porque muitas grávidas não se vão servir de uma unidade hospitalar para abortar, para não serem reconhecidas publicamente.
O governo com o referendo o que pretende é lavar um pouco as mãos e transferir para o povo a escolha de uma solução que não passa, em qualquer uma das duas opções, de efeito transitório e ineficaz.
Penso que o problema ficaria resolvido, quase a 90 %, se o governo, em vez de gastar milhões no SNS, adoptassem medidas de fundo, como estas:

1 – Eliminação da penalização em vigor (sem adopção do aborto livre) e, em substituição, introdução de medidas de dissuasão ao aborto e de incentivo à natalidade – apoio hospitalar (aconselhamentos e acompanhamento da gravidez) e incentivos financeiros. (Exemplo: 50 € - 60 € - 70€ - 80€ - 90€ - 100€ - 110€ - 120€ -130€, a receber no fim de cada um dos 9 meses de gravidez). O valor total a receber (810€) seria mais ou menos equivalente ao que o SNS prevê gastar para a execução de cada aborto. (*)

2 – Introdução de apoios a Instituições de Apoio à Grávida. Incentivos à criação de novas instituições.

3 – Introdução/incremento de políticas estruturadas de planeamento familiar e educação sexual.

4 – Aceleração do "Processo de Adopção".


(*) Se alguma mulher depois de receber estes incentivos, recorresse ao aborto clandestino, teria que devolver as importâncias entretanto recebidas (desincentivo ao aborto). [Não sei se seria conveniente estabelecer uma coima para a atitude unilateralmente tomada, quebrando o relacionamento amistoso (de confinaça e de ajuda) com a unidade de saúde].

Estou para ver se os políticos vão introduzir, a curto prazo, algumas deste tipo de medidas. É que o povo, mais do que nunca, vai estar atento à evolução desta problemática.

18:31  
Anonymous Anónimo said...

SIM à despenalização da mulher!

Ao anonimo/a:
Critica o governo por pedir a opinião do público, se o governo tivesse mudado a lei (uma vez qúe é a favor do SIM) o que diria você??

O aborto triplicará, bem você deve ser adivinho/a! Como pode ter a certeza disso? É que isso não aconteceu em todos os paises onde o aborto foi despenalizado, como você quer dar a entender.

Concordo com os seus pontos 2, 3 e 4, contudo, essa ideia que está no ponto 1 soa-me aquela proposta apresentada esta semana pelo não (muito conveniente - diga-se de passagem - para tentar, como diz o povo, enganar o ceguinho).
Então vamos dizer ao povo que a mulher não vai para a prisão, pois a penalização vai ser eliminada, que conforto! Povo já não precisam de votar sim, pois, com o não já mulher não vai presa!! Bem, que alivio, vou já votar não! Mas espera aí, as mulheres actualmente,também não são presas!? Oooh, que chatice, afinal se votar não fica tudo na mesma, não é?
Não vão presas, mas também não vamos ter condições sanitárias, nem algum profissional de saúde que nos mostre outras saídas que não o aborto. Ou você pensa que não havendo penalização, mas sendo crime, elas vão ir a um médico revelar a sua intenção?

Uma vez que fala também de questões monetárias, deixe-me dizer-lhe que o Estado gasta muito mais com as mulheres que entram, todos os anos, nas unidades hospitalares com complicações graves pós-aborto do que aquilo que gastaria se esse mesmo aborto fosse feito dentro das devidas condições sanitárias.

Votem SIM!!


Sylvie, Anabela, continuação de boas férias!!

19:44  

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