“Para não mais esquecer, nem mais lembrar”
Mais importante que a reconstrução e inauguração da Sinagoga, na Alemanha, pela Comunidade Judaíca, um dos símbolos banidos pelos nazis,aquando do Holocausto, dada a transformação do local, até então, em estábulo para cavalos;enfatiza-se a presença viva de uma história que marcou a cultura judaíca caracterizada pela represssão e submissão, por parte de nazis.
De facto, "Berlim volta a ter a maior comunidade judaica da Alemanha. É lógico que tenha também o maior centro", disse Hermann Simon, director do Centrum Judaicum,aquando da inauguração da Sinagoga.
Depois da Segunda Guerra Mundial, o local serviu de porto de abrigo a judeus e sobreviventes do Leste Europeu. Os serviços religiosos começaram a ser prestados, no mesmo, para promover a reunificação de uma comunidade, até então, desmembrada pelo flagelo mundial. O local não foi destruído, inicialmente, dada a aproximação à comunidade “ariana” e à posse de determinadas propriedades que poderiam ser afectadas por possíveis incêndios e ataques sejam ambientais,sejam humanos. Posteriormente deu-se a demolição do local e a comunidade presa vê-se obrigada a dirigir-se para outros campos de concentração.
Apresentando como fins a abolição de “um sentimento permanente de insegurança na comunidade e para muitos judeus que vivem na capital que ocultam os símbolos de sua confissão religiosa, entregando-se a um judaísmo consciente mas anónimo" (Gideon Joffe, presidente da comunidade judaica berlinense) e casuisticamente, a manutenção ou “garantia da segurança dos judeus e de outras minorias” (citando o centro numa carta dirigida à ministra alemã da Justiça - Brigitte Zypries),o centro reaberto na Alemanha tenta divulgar as dimensões simbólica,cultural e religiosa e promover a estabilidade societária. Na realidade,a cultura judaíca permanece viva e activa, devendo-se, em grande parte, às sobrevivências demográfica,histórica e religiosa que constituem mais um dos milagres da dramática “lei do mais forte”.
" Holocausto"
Ana Ferreira
(anarafaelaferreira@gmail.com)
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