http://www.makepovertyhistory.org O Mal da Indiferença: Cinco anos de Solidão

quarta-feira, dezembro 05, 2007

Cinco anos de Solidão



Íngrid Betancourt foi raptada no dia 23 de Fevereiro de 2002 pelo grupo Farc, quando estava a preparar-se para ser candidata às eleições presidenciais. Apesar de uma grande mobilização internacional para obter a sua libertação, ela continua prisioneira deste grupo revolucionário.

No dia 30 de Novembro de 2007, o governo da Colômbia transmite um vídeo da refém, que foi encontrado com três homens da Farc que foram detidos. O vídeo parece corresponder ao dia 24 de Outubro e veio comprovar que esta viva.
Este vídeo era acompanhado por uma carta Íngrid Betancourt e comprova a solidão em que vive há mais de cinco anos. Foi publicada no dia 1 de Dezembro de 2007 no El Tiempo uma carta que Ingrid escreveu a sua mãe.

“ É um momento muito difícil para mim. Eles perguntam-me de repente provas que estou viva e eu escrevo, a minha alma transcrita no papel. Estou mal fisicamente. Não estou bem alimentada, tenho o apetite bloqueado, os cabelos caem-me em grandes quantidades”.
“A vida aqui não é vida, é um lugar lúgubre, uma perda de tempo. Vivo, melhor eu sobrevivo. “
“ Durante muito tempo, nós fomos como leprosos. Nos os sequestrados não somos um tema “politicamente correcto” soa melhor dizer que é necessário ser forte contra os movimentos revolucionários mesmo se para isso se deva sacrificar algumas vidas humanas. Contra isso o silencio. Somente o tempo pode abrir as consciências e elevar os espíritos” .
“ Já não tenho a mesma força, torna-se para mim difícil de continuar a acreditar”.
(tradução)
A carta parecia estar destinada ao presidente Hugo Chavez que começou uma tentativa de mediação com o grupo terrorista e exigiu provas que a refém se mantêm viva.

A guerrilha pergunta agora ao Presidente francês Nicolas Sarkosy para intervir na criação de uma zona sem militares que vai permitir a libertação dos reféns. O presidente não deu resposta mas não excluiu a possibilidade de se dirigir ao local para dialogar com o grupo.
A Farc é a maior guerrilha de Colômbia com 17000 homens e exige a libertação de 500 dos seus homens na troca de 56 reféns.
Sylvie Oliveira