Rasgos e ritmos lesivos!
Vagueam entre o acaso e o ocaso, intensificam-se na esfera da frustração humana - a inquietação do espírito, a intolerância, o refreamento, a censura, o egocentrismo. Este cenário ocupa a vida de todos nós, afectando todo o sistema social, mais particularmente as relações sociais e humanas de cidadania, pundonor, alteridade e respeito à diferença.
A sociedade hodierna não passa de um caleidoscópio manifesto de desavenças, conflitos, guerras e violência. A sociedade de hoje é uma autêntica “clínica psiquiátrica” de modelos autoritários, repressivos e de arguidos consagrados em cada sepultura sem memória! A sociedade de ontem, de hoje e de amanhã continuará a implementar modelos corporativos, hitlerianos, salazaristas e outros, consagrados entre o exército e a prisão; ridicularizando, mais uma vez, em cada tempo e espaço, o papel de cada inocente, o testemunho de cada vítima, o direito à manifestação justa e digna. Assim, a violência comporta uma tonalidade e textura lineares, continuadas e para sempre presentes, fortificando campos de batalha entre o povo e a elite. Repugna-me, tumultua-me, incita-me, insurge-me!
O príncipio da contradição interroga a tortura do espólio arremessado dos mais vulneráveis, em contextos de subtracção, submissão e miserabilismo. São i(e)migrantes discriminados pela conduta da limpeza étnica, são idosos excluídos pela rectaguarda em lares sombrios e sem medidas justas, são explorados e manipulados trabalhadores-diligentes, são mulheres sofridas pela crueldade barbara, são sujeitas crianças às sequelas da sinistralidade. São para sempre as raízes mortas!
De facto, a violência dissemina todo o Planeta, todo o corpo colectivo, todo o sistema social vivo. As pró-exclusões não têm fim e as reacções do colectivo continuam a estigmatizar a possibilidade de ser construída uma nova cartografia da história das sociedades.
Porque o príncipio da alma está no enriquecimento da fome, da epidemia, da pobreza, da negociação ilícita, do abuso humano, social e ambiental; da violação dos tempos de mudança; da inclusão dos condenados. No mínimo, pérfido!
A dinâmica real não passa, deste modo, de uma teia holística de problemáticas que bloqueiam a homeostasia social e humana!
Ana Ferreira
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