http://www.makepovertyhistory.org O Mal da Indiferença: Discriminação aquém fronteiras: mulheres imigrantes!

domingo, maio 06, 2007

Discriminação aquém fronteiras: mulheres imigrantes!


Grande parte das mulheres imigrantes, quando chegam, ao nosso país, entram em incongruência de status. As mesmas sujeitam-se a trabalhar, na sua maioria, em qualquer tipo de trabalho considerado precário, nos mais diversos ramos: limpezas, trabalham nos cafés, tratam de idosos,naqueles trabalhos que fogem à mão de obra portuguesa.

Neste sentido, estas mulheres são vítimas das mais diversas formas de “exploração de mão de obra”. A socióloga Karin Wall concluiu que , estas mulheres ao desenvolverem trabalhos ligados ao “isolamento e ao fechamento social” (porque são as únicas no café, na casa doméstica, na casa do idoso, na maior parte dos casos), têm uma maior propensão para serem vítimas de agressão, assédio, de ameaças por parte de empregadores, chantagens, entre outras, que estão base do surgimento, na sua forma agravada, de um tipo de “violência sacrificial”. A investigadora enfatiza, ainda, que a rede de apoios de contactos a estas mulheres é muito limitada, agravando-se, se a sua situação for ilegal.

Contudo, as mulheres de leste, principalmente, quando chegam a Portugal trazem um currículo qualificado. Estas são, em grande parte, professoras, enfermeiras, engenheiras, médicas, etc - como tal, se estamos num país que levanta projectos, de incentivo ao desenvolvimento de um mercado de trabalho qualificado – porque não dar voz e mão a uma massa tão discriminada, tão menosprezada, como é o caso da mulher imigrante? Claramente, que a condição natural humana cria, no mercado de trabalho, uma oportunidade desigual para a ocupação de um posto de trabalho qualificado – o género motiva a mente conservadora a justificar a chefia dos cargos: ao homem o “exterior”, “sucesso no ramo profissional”, “desempenho continuado” versus “interior” , “sucesso no ramo doméstico”, “desempenho momentâneo” de confinamento feminino.

Não necessitamos, apenas, de um “milagre económico”; mas antes de um “milagre de consciência e da moral”.


Ana Ferreira

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