http://www.makepovertyhistory.org O Mal da Indiferença: O feminismo em Betty Friedan

terça-feira, setembro 04, 2007

O feminismo em Betty Friedan

A publicação de “A Mística Feminina”, em 1963, causou um enorme impacto na sociedade norte-americana, abalando os padrões patriarcais e consumistas, rejeitando o casamento e maternidade como formas únicas de existência da mulher, inaugurando um novo estádio no Feminismo do Ocidente.

N’ A Mística Feminina, Betty Friedan lamenta o escárnio e o infindável catálogo de deturpações que restringem o movimento feminista e impedem o reconhecimento do seu contributo para a consecução do progresso humano.

“Por perversão da história, acredita-se que o entusiasmo e o ímpeto do movimento feminista nasceram do ódio ao homem, nutrido por solteironas amargas, esfomeadas de sexo, castradoras, assexuadas, que se consumiam em inveja tão profunda do órgão masculino que desejavam arrebatá-lo, destruí-lo, exigindo direitos apenas porque não tinham capacidade de amar como mulher”.

Mas, por que motivo este pensamento erróneo conseguiu descredibilizar a luta feminista? Betty Friedan dá-nos a resposta: “O mito de que as feministas eram “monstros antinaturais” baseava-se na crença de que destruir a submissão da mulher, ordenada por Deus, seria destruir o lar e escravizar os homens”.

Para contrariar juízos perversos, “as feministas precisavam de lutar contra a concepção de que estavam a violar a natureza que lhes fora doada por Deus”. O seu propósito fundamental consistia em “provar que a mulher era humana. Precisavam de despedaçar, com violência se necessário, a estatueta de porcelana que representava a mulher ideal do século passado. Precisavam de provar que ela não era um espelho vazio, passivo, uma decoração inútil, um animal sem inteligência, um objecto a ser usado, incapaz de interferir no próprio destino, antes de começarem a combater pelo direito de igualdade com o homem”.

Nesse sentido, “o feminismo não foi um mau gracejo. A revolução feminista precisava de ser empreendida porque a mulher ficou simplesmente detida num estágio de evolução muito aquém da sua capacidade humana”.

E, depois de tudo isto, ainda “será difícil compreender que a emancipação, o direito a ser totalmente humana fosse tão importante para várias gerações de mulheres que algumas chegassem a lutar com os próprios punhos, fossem encarceradas, ou até morressem pela causa?”
Anabela Santos

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1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Acho que esse pensamento erróneo sobre as feministas ainda prevalece na nossa sociedade. Mas este blog vem ajudar a desmistificar essa ideia.


Muito bem meninas, continuem!

23:39  

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