http://www.makepovertyhistory.org O Mal da Indiferença: abril 2007

segunda-feira, abril 30, 2007

O Silêncio Universal





Em França:

Uma em cada dez mulheres é vítima de violência doméstica.

Todos os três dias uma mulher morre vitima de violência domestica.

Infelizmente é um drama universal.


Sylvie Oliveira
SylvieO6@hotmail.com

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sexta-feira, abril 27, 2007

"Depois da aliança...gotas de sangue"



Ana Ferreira
(anarafaelaferreira@gmail.com)

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quinta-feira, abril 26, 2007

A espera da morte

A pena de morte configura-se como uma punição desumana, viola assim o direito a vida de uma forma irreversível e na minha opinião não é compatível com uma sociedade que se diz “civilizada”. É um assassínio, e não há volta a dar, um assassínio premeditado e decretado por um tribunal em nome da justiça. Não consigo ver nada de benéfico neste acto, nem de útil para a sociedade em geral. Não é cumprido uma pena, não há reabilitação, há simplesmente um castigo vingativo. É uma forma de tortura, tanto o acto da execução, como o tempo de espera. Seja o enforcamento, recentemente mediatizado, como a electrocussão, ou a decapitação, são formas barbaras de assassinar uma pessoa. A forma mais civilizada é a injecção letal, que se diz indolor, mas quando estreada em 1998, na Guatemala, o condenado demorou 18 minutos a morrer se isso não é tortura não sei o que é.

Existe ainda a assustadora possibilidade de ser aplicada a um inocente. A possibilidade de erro não pode ser excluída, defesa mal preparada, falta de provas, o próprio juízo humano que é falível. Essas condenações tornam-se muito difíceis de contestar em pedidos de recursos, mas aconteceu vários casos de reavaliação de comprovação de inocência. É portanto impossível afirmar o número de pessoas que terão sido condenadas injustamente. Sabe-se que desde 1990 oito países que são China, República Democrática do Congo, Irão, Nigéria, Paquistão, Arábia Saudita, EUA e Iémen, executaram 47 prisioneiros com menos de 18 anos na altura do crime. Entretanto a China, o Paquistão e os EUA alteram a lei da aplicação da lei para os 18 anos. O país que realizou o maior número de execuções conhecidas de menores foi os EUA (19 desde 1990 até 2003).Em 2005 foram executados no Irão oito delinquentes juvenis. Se a maior parte dos condenados a morte são por crimes graves como homicídios, países como o Japão executam pessoas por fraude fiscal ou burla.

É na minha opinião inútil porque não consegue cumprir o seu único propósito, isto é não diminui o crime. Os vários estudos científicos efectuados entre a pena de morte e as percentagens de homicídios, pelas Nações Unidas em 1988 e actualizadas em 1996, não conseguiram encontrar provas científicas de que as execuções tenham um efeito dissuasor superior ao da prisão perpétua. O receio da pena de morte não é dissuador, quem comete crimes pode fazê-lo sem racionalmente estimar os prejuízos que pode decorrer da sua acção. Se a sua acção for de facto planeada não será certamente a pena que o vai dissuadir mais do que passar a sua vida numa prisão. Em vários casos a morte de figuras emblemáticas pode criar mártires e aumentar a violência e vingança.

Não se pode descurar que a Pena de morte pode ser usada como forma de repressão politica, para eliminar ou calar adversários políticos ou revolucionários.
Sylvie Oliveira

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A morte não tem apelo!

No colóquio internacional comemorativo do centenário da abolição da pena de morte, realizado em Coimbra, em 1967, Miguel Torga e Vergílio Ferreira falaram assim:

Miguel Torga:
"A tragédia do homem, cadáver adiado, como lhe chamou Fernando Pessoa, não necessita dum remate extemporâneo no palco. É tensa bastante para dispensar um fim artificial, gizado por magarefes, megalómanos, potentados, racismos e ortodoxias. Por isso, humanos que somos, exijamos de forma inequívoca que seja dado a todos os povos um código de humanidade. Um código que garanta a cada cidadão o direito de morrer a sua própria morte".

Vergílio Ferreira:
"...E acaso o criminoso não poderá ascender à maioridade que não tem? Suprimi-lo é suprimir a possibilidade de que o absoluto conscientemente se instale nele. Suprimi-lo é suprimir o Universo que aí pode instaurar-se, porque se o nosso "eu" fecha um cerco a tudo o que existe, a nossa morte é efectivamente, depois de mortos, a morte do universo".
Sylvie Oliveira

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Pena de Morte



Como em todas as questões que se direccionam para as questões de vida e morte recorre-se a Declaração dos Direitos Humanos.
Todo o indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.” (Artigo 3)
Ninguém será submetido a tortura nem a penas ou tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes.” (Artigo 5)
Sylvie Oliveira

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segunda-feira, abril 23, 2007

Marcha Mundial Contra a Fome:

A Marcha Mundial Contra a Fome consiste numa “manifestação global anual destinada a promover a sensibilização e recolher fundos para os programas que abordam o problema de fome infantil”.

Em todo o mundo, mais de 300 milhões de crianças sofrem de fome crónica. Aliás, a fome e a subnutrição constituem as principais causas da mortalidade infantil a nível mundial e, anualmente, provocam a morte a 6 milhões de crianças.

“Pode ser fornecida uma refeição escolar a uma criança que tem fome pela irrisória quantia de 16 cêntimos por dia”.

Em 2006, cerca de 760 mil pessoas participaram na Marcha, em 118 países, em mais de 420 cidades. Resultado: conseguiu-se angariar cerca de 2 milhões de dólares em todo o mundo.

Este ano, a organização pretende reunir, pelo menos, 1 milhão de participantes em todo o mundo e 25 mil em Portugal.

Junta-te à Marcha Mundial Contra a Fome!
Dia 13 de Maio às 10h00


Para mais informações, clica aqui!
Anabela Santos

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domingo, abril 22, 2007

Segolène e a luta pelas mulheres!

“Que a luta contra as violências realizadas contra as mulheres, violação cometidas em França em cada duas horas, uma mulher morre vítima de violência doméstica todos os três dias, seja um assunto de estado. “
(Congrès d’investiture du Parti Socialiste , Mutualité 26 novembre 2006)


"Vou fazer uma reforma para que todas as mulheres que sofrem de violência possam ficar no seu domicilio e que seja o cônjuge violento que tenha de sair. Para que eventualmente seja tratado, muitas vezes eles próprios viram na sua infância maus-tratos a sua mãe. É preciso quebrar esta espiral de violência e de brutalidade."
(DIMANCHE + , CANAL+, 21 janvier 2007)


É preciso recusar essas discriminações que, no mundo do trabalho, atingem as mulheres, maioritariamente os baios salários.”
(Soissons, 27 juin 2006)


“Eu sei que a batalha no quotidiano para as mulheres devem sem cessar provar aquilo que é espontaneamente reconhecido a um homem”.
(Réponses aux questions des libénautes, Libération, 15 novembre 2006)


"As mulheres ganham anda menos de 20 à 30% que os homens."
(Grenoble, Débat participatif sur la jeunesse, 1 er février 2007).


“Eu desejo que a contracepção seja gratuita para as jovens de menos de 25 anos para lutar contra as gravidezes precoces."
(Villepinte, 11 février 2007)



Sylvie Oliveira

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Testemunho

“Na minha família, o destino das mulheres era casar e dedicar-se ao lar. Para conseguir escapar a este destino, a minha única possibilidade era merecer, pelas minhas notas, o direito de ir mais longe.”

Segolène Royal
Candidata as presidenciais francesas.


Sylvie Oliveira

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segunda-feira, abril 16, 2007

Educar para a Igualdade de Género


A Igualdade de Género – isto é, a participação equilibrada de mulheres e homens nos campos económico, político, social e familiar, sem constrangimentos e estorvos – estando, por inerência, no âmago das reivindicações feministas, continua comprometida e atrofiada pelos papéis e traços de género que se desenvolvem desde a infância.

O primeiro agente de inculcação e reforço de valores estereotipados sexistas nas crianças é a família, nomeadamente por meio da diferenciação dos brinquedos oferecidos às meninas e aos meninos. Os brinquedos materializam as exigências e expectativas dos pais, impõem gostos, aptidões e padrões de comportamento e convivência, nutrem(-se) os estereótipos de género. Os núcleos familiares portugueses apresentam uma manifesta linha sexista nas suas práticas e hábitos quotidianos, pondo em causa a consecução da Igualdade de Género num futuro próximo.

Em declarações ao ‘O Mal da Indiferença’, a educadora de infância e vice-presidente pedagógica na Associação Creche de Braga, Isabel Andrade, reconhece que “há pais que valorizam muito aquilo que é feminino e o que é masculino e fomentam muito essa diferença”. “Há pais que se preocupam com o facto dos seus filhos quererem brincar com bonecas”, mas “nós temos de lhes explicar que são comportamentos absolutamente normais”, acrescentou a educadora.

A consecução de uma efectiva Igualdade de Género depende da educação ministrada pelos pais, mas não exclusivamente. A implementação de políticas direccionadas para a Igualdade (Mainstreaming de Género) na área da Educação assume igual importância.

As creches, os jardins-de-infância e escola, sendo espaços de aprendizagem e socialização das crianças, contribuem para a reprodução dos estereótipos de género nos mais novos. Inúmeros estudos demonstram que os estereótipos de género são veiculados por meio de as diferentes oportunidades na utilização de certos materiais, da formação dos grupos, da representação do masculino e feminino nos manuais escolares. Nos manuais escolares abundam os estereótipos de géneros; “quer os textos quer as ilustrações têm ignorado quase todas as questões ligadas às mulheres e ao seu contributo social ou fazem-no aludindo apenas às suas funções de mães”.

No sentido de banir este tratamento diferenciado, a União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR) sugere a “implementação de regulamentação no campo da igualdade de género na educação e de um Observatório de avaliação do sexismo na educação”. Esta proposta, bem como a promoção de “cursos de formação dirigidos ao pessoal dos distintos níveis educativos em termas relacionados com a igualdade de oportunidades entre homens e mulheres” são, sem dúvida, apostas lúcidas num futuro mais justo e igual.


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sexta-feira, abril 13, 2007

Concurso Europeu de Fotografia pela Diversidade “Quebrar estereótipos”

O Concurso Europeu de Fotografia pela Diversidade “Quebrar Estereótipos”, paralelo às campanhas ‘Pela Diversidade. Contra a Discriminação’ e ‘2007 – o Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para Todos e Todas’, lança um desafio a tod@s @s estudantes de fotografia, arte, design e comunicação visual de toda a União Europeia: a criação de uma fotografia ou de uma colagem de fotografias promotoras da DIVERSIDADE.

A avaliação dos trabalhos cabe a um júri composto por fotógrafos, jovens artistas e especialistas na área que valorizarão aspectos como a “criatividade e originalidade”.

Até 30 de Julho de 2007, @s interessad@s podem participar com os seus trabalhos fotográficos e receber o primeiro prémio no valor de 3000 euros; o segundo e o terceiro prémios são de 2000 e 1000 euros, respectivamente. Os melhores contributos farão parte de uma exposição itinerante pela Europa.

Para mais informações acerca do processo de inscrição e das regras do concurso, passa por aqui!

Anabela Santos

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quinta-feira, abril 12, 2007

O NINHO: 40 anos no combate à prostituição


'O Ninho' consiste numa instituição particular de segurança social (IPSS) direccionada para a “promoção humana e social de mulheres vítimas de prostituição” e, em 2007, completa 40 anos de existência. Década a década, ‘O Ninho’ apostou na optimização crescente dos seus serviços e, na actualidade, desenvolve um intenso trabalho junto de mulheres prostitutas, na rua e nos bares, estabelecendo “relações empáticas e de confiança”. Dispõe de um centro de atendimento, que escuta e proporciona um acompanhamento psicossocial às prostitutas; de uma lar que as acolhe em fase de reinserção social; de uma Oficina que aposta na sua formação profissional e lhes atribui um salário mensal. A instituição presta ainda apoio psicológico, psicoterapêutico e jurídico, bem como diligencia a sensibilização dos poderes políticos e da sociedade para os problemas que a prostituição encerra.
“Explorar o corpo, reduzi-lo a objecto, é a negação da liberdade”:
'O Ninho' não estabelece distinção entre prostituição forçada e prostituição voluntária ou livre. Não há “uma má e uma boa prostituição”, pois considera que esta destrinça visa “banalizar e legalizar a prostituição, dar-lhe uma fachada de dignidade e, como consequência, legitimar o proxenetismo”.

Com efeito, ‘O Ninho’ refuta a legalização da prostituição na medida em que a considera um instrumento imunizador das máfias e redes que traficam crianças, mulheres e homens. De acordo com a instituição, o combate à prostituição passa irremediavelmente por uma “política social global, uma transformação das estruturas e uma mudança de mentalidades”.

“Na altura em que as sociedades se batem pela paridade, pela representação social e política das mulheres, como resignar-se a acantoná-las na prostituição?”, interroga-se ‘O Ninho’ (e eu também!).


Anabela Santos

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quarta-feira, abril 11, 2007

Respostas ao cartaz!

Resposta do Gato Fedorento. No mínimo original!
( Nota da Comissão para a Igualdade e contra a Discriminação Racial sobre a campanha contra os imigrantes do Partido Nacional Renovador)
1. A Comissão para a Igualdade e contra a Discriminação Racial, através da sua Comissão Permanente, manifesta a sua repulsa e condenação pela campanha hoje iniciada pelo Partido Renovador Nacional contra os imigrantes, apelando mesmo à sua expulsão através da frase “façam boa viagem”, incluída no seu cartaz.

2. A verdade é que, felizmente, estas teses xenófobas são extremamente minoritárias em Portugal e não representam o sentir geral do povo português. Nas últimas eleições, recorde-se, obtiveram unicamente 0,1% dos votos expressos.

3. A frase “Portugal aos portugueses” não é nova. É decalcada das congéneres europeias de extrema-direita, nomeadamente em França, onde tem sido utilizada a expressão “A França para os franceses”. No caso concreto de França, um dos alvos dessa expressão xenófoba é justamente a comunidade emigrante portuguesa. É bom recordar que as atitudes xenófobas, como a do PNR, atingem e prejudicam gravemente os cerca de 4,5 milhões de emigrantes portugueses
espalhados pelo mundo.

4. Portugal tem sido, e vai continuar a ser, um país que acolhe e integra bem os imigrantes que nos procuram, esforçando-se por combater a imigração clandestina e favorecer, de modo controlado, a imigração legal.

5. O combate ao racismo e à xenofobia deve ser permanente, num exercício cívico e pedagógico de todos os cidadãos, combatendo mitos e estereótipos falsos sobre os imigrantes. A Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação apela a que os cidadãos e as instituições portuguesas que condenem esta mensagem e reafirmem, com determinação, a atitude acolhedora e de integração com que Portugal trata os imigrantes que estão entre nós, à semelhança do que exigimos para os nossos emigrantes espalhados pelo mundo.
Sylvie Oliveira
SylvieO6@hotmail.com

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Basta de intolerância!



De facto deve ser o cartaz mais deprimente que devo ter visto. O único ponto positivo deve ter sido de ser único.

Se o slogan “Portugal aos Portugueses” e “Nacionalismo é solução” não bastasse para apavorar o comum dos mortais ainda tem o mau gosto de acrescentar “Boa viagem”.
O objectivo foi dar a conhecer o PNR a todos os portugueses. Se a imagem que pretende passar é de intolerância, pequenez, severidade, acho que conseguiram. De facto provaram que ainda existe pessoas que pretendem fechar o seu país ao mundo, fechar-se na sua ignorância e pensar que o futuro passa por estar “orgulhosamente sós”.

Pode-se ler no site do partido, ideias simplistas que reduzem os problemas do país a um só: a imigração. A imigração é causa dos numerosos guetos nos subúrbios das grandes cidades, da redução dos salários, da diminuição do nível de vida dos trabalhadores portugueses… Antes que o “flagelo” se alastre, a solução é a expulsão. Mesmo se acredito que vários problemas preocupam a sociedade e que estas ideias podem seduzir alguns, não posso acreditar que a expulsão seja uma ideia aceite por uma grande parte da população. Os Portugueses, tem em conta a sua história percebem os motivos que conduzem a emigração.

Segundo o PNR “Ninguém pode votar naquilo que não conhece”. Eu, pelo contrário, não posso imaginar que conhecendo se possa votar num partido que defende estas ideias. Não é uma opção, é sim falta de opção. Perante a ausência de resolução de vários problemas, em desespero de causa, surgem estas expressões mais radicais. No entanto acredito no bom senso.

Basta sim, mas de discriminação.
Um Portugal para todos.
Sylvie Oliveira

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CRAZY HORSE:


Dizem que é uma espécie de celebração da beleza feminina, um “templo do nu” onde doze majestosas mulheres exibem os seus corpos desnudos, num ambiente de “elegância e erotismo estético”.

E eu questiono: como se faz a apologia da beleza da mulher através da coisificação do seu corpo? Não se faz simplesmente. O espectáculo Crazy Horse do cabaret parisiense não exalta nada nem ninguém; recorre à nudez feminina porque permite obter lucros avultados.


O ‘nu feminino’, e não a ‘nudez poética’ como lhes apraz designar, desperta a curiosidade da maioria e, por isso, vende. O que me exaspera fundamente é o facto de colmatarem interesses meramente económicos com os rótulos de exaltação da beleza feminina e de ‘erotismo meigo’.
Lamentável!

Anabela Santos

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segunda-feira, abril 09, 2007

Swing: realidade sociológica!

O Swig é uma realidade que ultrapassa o campo do convencional e chega a fazer parte de uma Era Moderna caracterizada por um tipo de solidariedade orgânica. Ou seja, esta prática alternativa de interesse sociológico está a aumentar na Sociedade Hodierna, em torno de uma nova ordem e moral sexuais.
Neste sentido, a Sociologia do Corpo postula a ideia de que o corpo tem uma base biológica que vai sendo alterada e modificada nos diferentes contextos sociais. Para além disso, a abordagem fenomenológica centra-se no conceito de “corpo vivido” e na ideia de que a consciência humana está invariavelmente incrustada no corpo. Presume-se que o “corpo vivido” constrói e é construído pela realidade social. O ser humano é, então, um agente social incorporado.

Em contrapartida, podemos relacionar o corpo com as relações de poder. Ou seja, as categorias sociais são literalmente inscritas no e dentro do corpo, como justificativas de hierarquia, diferença e exclusão, actuando como uma expressão do social, local e dos mundos morais. Há, assim, uma espécie de imposição de um sistema de ordem simbólica.
Segundo Foucault, o corpo está sujeito a um poder muito fixado que lhe impõe constrangimentos, interdições e obrigações. O corpo funciona, desta forma, como transmissor e receptor de informação, em função do posicionamento do indivíduo na sociedade. No entanto, a prática do swing vem contradizer esta interdição.

O investimento nesta prática obedece a uma lógica de distinção e traduz-se num resultado classificatório, como estilo de vida. Portanto, os swingers incorporam gostos, hábitos, um estilo de vida especifíco e desempenham uma actividade centrada na lógica da “distinção social”.

Em meu nome, sugiro a obra de Júlio Morgado: “Swing”.



Ana Ferreira

(anarafaelaferreira@gmail.com)

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