'O Mal da Indiferença': novo espaço!

"Le féminisme n'a jamais tué personne - le machisme tue tous les jours". [Benoîte Groult]

 A fístula consiste num orifício que liga a vagina à bexiga, causado por um parto demasiadamente demorado sem intervenção médica imediata, como uma cesariana. A ausência de uma resposta médica eficiente revela corolários pungentes: a incontinência crónica da parturiente e, na maior parte dos casos, a morte do seu bebé recém-nascido.
A fístula consiste num orifício que liga a vagina à bexiga, causado por um parto demasiadamente demorado sem intervenção médica imediata, como uma cesariana. A ausência de uma resposta médica eficiente revela corolários pungentes: a incontinência crónica da parturiente e, na maior parte dos casos, a morte do seu bebé recém-nascido. Etiquetas: Direitos reprodutivos e sexuais, Fístula


Tecnologia, destreza e vontade de agir em defesa dos Direitos Humanos. São precisamente estes componentes que subjazem à criação da HUB, uma plataforma online que disponibiliza materiais audiovisuais – vídeo, áudio e imagem – sobre um tema comum: Direitos Humanos.
Projecto da WITNESS, a HUB é um espaço acessível a qualquer pessoa, onde se pode visionar e partilhar vídeos, opinar e actuar em defesa de direitos políticos, civis, sociais, económicos e culturais. ‘Através da HUB, organizações, redes e grupos do mundo inteiro podem fazer com que as suas campanhas e histórias sobre direitos humanos despertem a atenção e o interesse a nível global’.
Para conhecer melhor a HUB, passa por AQUI!
Anabela Santos
Etiquetas: Direitos humanos
 Em 1976, numa entrevista, Beauvoir dizia que as mudanças pelas quais lutara não se realizariam durante a sua vida. "Talvez daqui a quatro gerações." Que importância tem hoje 'O Segundo Sexo'? Cem anos depois do seu nascimento, a França ainda se comove com ela
Em 1976, numa entrevista, Beauvoir dizia que as mudanças pelas quais lutara não se realizariam durante a sua vida. "Talvez daqui a quatro gerações." Que importância tem hoje 'O Segundo Sexo'? Cem anos depois do seu nascimento, a França ainda se comove com ela Etiquetas: Betty Friedan, Feminismo, Simone Beauvoir
 Quando ouvimos falar em violência, fazemos, na maioria das vezes, correlação com o tipo de violência física e psíquica e raramente nos ocorre a agressão de cariz emocional, embora muitos de nós estejamos sujeitos à mencionada, ainda que de uma forma inconsciente. Mas, afinal, ‘O que é a violência emocional?’ – eis a questão de partida.
 Quando ouvimos falar em violência, fazemos, na maioria das vezes, correlação com o tipo de violência física e psíquica e raramente nos ocorre a agressão de cariz emocional, embora muitos de nós estejamos sujeitos à mencionada, ainda que de uma forma inconsciente. Mas, afinal, ‘O que é a violência emocional?’ – eis a questão de partida.Etiquetas: Discriminação., Violência emocional
 A China lançou, em Dezembro, o seu primeiro Plano contra o Tráfico de mulheres e crianças. Aplicado entre 2008 e 2012, o projecto visa circunscrever o fenómeno e evitar que, anualmente, um milhão de crianças continuem a ser sequestradas para fins de exploração sexual e laboral. Durante os próximos quatro anos, as autoridades chinesas vão intensificar o combate ao tráfico ilegal no mercado de trabalho; os portos, as estações e os aeroportos serão fiscalizados; e as vítimas de tráfico terão acesso aos serviços de terapia de reabilitação.
A China lançou, em Dezembro, o seu primeiro Plano contra o Tráfico de mulheres e crianças. Aplicado entre 2008 e 2012, o projecto visa circunscrever o fenómeno e evitar que, anualmente, um milhão de crianças continuem a ser sequestradas para fins de exploração sexual e laboral. Durante os próximos quatro anos, as autoridades chinesas vão intensificar o combate ao tráfico ilegal no mercado de trabalho; os portos, as estações e os aeroportos serão fiscalizados; e as vítimas de tráfico terão acesso aos serviços de terapia de reabilitação. Etiquetas: Child slavery, China, Exploração sexual de mulheres, Tráfico humano
 'Aos 14 anos vim para a Europa. Vivia na terra e da terra, numa aldeia africana. Vivia em pobreza extrema. Vim para trabalhar e mandar dinheiro para matar a fome à minha família. Foi um homem que disse que me trazia para um país rico da Europa, onde se ganhava muito dinheiro. A minha família disse que sim – “Se é bom para ela, é bom para a família”. Era uma forma de o meu filho homem poder estudar. (...) Era uma forma de não passar tanta fome. A minha irmã também veio comigo. Ela tinha 16 anos. Ele tratou dos documentos. Mostrou os passaportes à minha família. Mostrou as viagens de avião que havia comprado. Quando tivéssemos dinheiro lhe pagaríamos todos os gastos e as trabalheiras que teve nesses afazeres. Não disse quanto, nem ninguém lhe perguntou. A minha irmã ficou numa cidade que ele disse ser de França. “ Um país muito rico onde tu ganhas o que preciso for”. Eu continuei viagem com ele. “Estamos em Espanha. Um país também cheio de promessas para o ganho do dinheiro.” Nunca mais vi a minha irmã. Fui posta numa casa com outras raparigas. Todas nós éramos muito novas. Éramos 17. Era uma torre com vários apartamentos. Não conhecia ninguém! Eram raparigas que me pareciam assustadas e indiferentes. Não compreendia a palavra delas, nem elas a minha. O primeiro cliente tinha, penso, 40 anos, não sei bem. Fechadas num quarto todo vermelho, cama redonda, espelhos onde eu me olhava como se eu fosse muitas. Homens também eram muitos e todos iguais. Obrigou-me a despir. E fez tudo, mas tudo o que quis de mim. Chorei, gritei, implorei. Nada. Ele foi indiferente. Indiferente não. Sorria e os olhos brilhavam. Eram de vidro pensei. Estive lá um ano. Veio o homem “amigo”, o da minha terra. Implorei-lhe que me levasse dali. “Ainda me deves dinheiro”. Sorriu, pensei que com carinho... Eu pago tudo o que devo, mas leva-me contigo. “Vamos para Portugal”, prometeu. Entregou-me a outro homem que numa carrinha fechada andou muito tempo. Não sabia se já era dia. Não, não sabia. Fui novamente para um andar. Aconteceu o mesmo que no outro lugar que se dizia Espanha. Estive lá três anos. Todos os dias, todas as semanas, o tempo sem horas. Veio outro homem que me levou de lá numa carrinha, outra fechada, e que me despejou com mais cinco numa rua de Lisboa, disse-me, depois, uma mulher que fui encontrando nos dias futuros. Até que enfim estava na rua, a agarrar o ar, o vento, a chuva, o frio, o calor. Já não era o mesmo ar de homens, que agarravam o meu corpo preto, com cheiro a perfume e com olhos de vidro cobiçando o fazer de prazeres arrancados de mim. A água da chuva lavava-me a alma, ensopava o meu corpo. Inspirava profundamente o cheiro da terra, o cheiro do ar, voando para a terra do meu lugar distante em lembranças passadas nos meus tempos de infância... Como fugir desta carrinha que me levava de uma casa para a rua, e da rua para a casa? Eu era outra. Acordava de noite com pesadelos de morte. Os meus mortos perseguiamme vivos, esses seres errantes apontavam-me o fogo purificador que me queimava a carne e a alma. Deixava-me ficar transformada em cinzas que penetravam a terra e que lhe dava vida. Eu renascia das cinzas e voltava a ser uma mulher de 14 anos purificada no Ser do meu filho que ficou na terra esperando por mim. Mas eu não voltarei. Serei morta. Contar na minha terra o que eu fazia na Europa do sonho africano não tinha perdão. “Se não fizeres isto conto à tua família e a todos os da tua aldeia”. O terror é de tal tamanho que não sei falar em palavras. Estou num lugar estranho. Sou estrangeira, preta, deambulando numa rua para traz e para a frente, indo com homens, recebendo dinheiro sem saber porquê. Hoje não me vendo. Alguém me ajudou sem medo dos homens que me metiam medo. Devolveu--me à terra deste país estrangeiro, onde sou preta, estrangeira. Cheiro o cheiro da terra, da água que rega esta terra onde crescem árvores plantadas por mim, flores, sebes, jardins. Mexo e remexo na terra que me entra no ser e me purifica. Afinal em terra estrangeira, uma preta estrangeira encontrou um lugar, onde a terra lhe foi devolvida e a dignidade lhe foi concedida. Sonho, sonho sempre que o futuro está a vir. Há-de vir toda a minha família para esta terra estrangeira para não passar fome e onde o meu filho homem há-de estudar. Eu não posso voltar.'
 'Aos 14 anos vim para a Europa. Vivia na terra e da terra, numa aldeia africana. Vivia em pobreza extrema. Vim para trabalhar e mandar dinheiro para matar a fome à minha família. Foi um homem que disse que me trazia para um país rico da Europa, onde se ganhava muito dinheiro. A minha família disse que sim – “Se é bom para ela, é bom para a família”. Era uma forma de o meu filho homem poder estudar. (...) Era uma forma de não passar tanta fome. A minha irmã também veio comigo. Ela tinha 16 anos. Ele tratou dos documentos. Mostrou os passaportes à minha família. Mostrou as viagens de avião que havia comprado. Quando tivéssemos dinheiro lhe pagaríamos todos os gastos e as trabalheiras que teve nesses afazeres. Não disse quanto, nem ninguém lhe perguntou. A minha irmã ficou numa cidade que ele disse ser de França. “ Um país muito rico onde tu ganhas o que preciso for”. Eu continuei viagem com ele. “Estamos em Espanha. Um país também cheio de promessas para o ganho do dinheiro.” Nunca mais vi a minha irmã. Fui posta numa casa com outras raparigas. Todas nós éramos muito novas. Éramos 17. Era uma torre com vários apartamentos. Não conhecia ninguém! Eram raparigas que me pareciam assustadas e indiferentes. Não compreendia a palavra delas, nem elas a minha. O primeiro cliente tinha, penso, 40 anos, não sei bem. Fechadas num quarto todo vermelho, cama redonda, espelhos onde eu me olhava como se eu fosse muitas. Homens também eram muitos e todos iguais. Obrigou-me a despir. E fez tudo, mas tudo o que quis de mim. Chorei, gritei, implorei. Nada. Ele foi indiferente. Indiferente não. Sorria e os olhos brilhavam. Eram de vidro pensei. Estive lá um ano. Veio o homem “amigo”, o da minha terra. Implorei-lhe que me levasse dali. “Ainda me deves dinheiro”. Sorriu, pensei que com carinho... Eu pago tudo o que devo, mas leva-me contigo. “Vamos para Portugal”, prometeu. Entregou-me a outro homem que numa carrinha fechada andou muito tempo. Não sabia se já era dia. Não, não sabia. Fui novamente para um andar. Aconteceu o mesmo que no outro lugar que se dizia Espanha. Estive lá três anos. Todos os dias, todas as semanas, o tempo sem horas. Veio outro homem que me levou de lá numa carrinha, outra fechada, e que me despejou com mais cinco numa rua de Lisboa, disse-me, depois, uma mulher que fui encontrando nos dias futuros. Até que enfim estava na rua, a agarrar o ar, o vento, a chuva, o frio, o calor. Já não era o mesmo ar de homens, que agarravam o meu corpo preto, com cheiro a perfume e com olhos de vidro cobiçando o fazer de prazeres arrancados de mim. A água da chuva lavava-me a alma, ensopava o meu corpo. Inspirava profundamente o cheiro da terra, o cheiro do ar, voando para a terra do meu lugar distante em lembranças passadas nos meus tempos de infância... Como fugir desta carrinha que me levava de uma casa para a rua, e da rua para a casa? Eu era outra. Acordava de noite com pesadelos de morte. Os meus mortos perseguiamme vivos, esses seres errantes apontavam-me o fogo purificador que me queimava a carne e a alma. Deixava-me ficar transformada em cinzas que penetravam a terra e que lhe dava vida. Eu renascia das cinzas e voltava a ser uma mulher de 14 anos purificada no Ser do meu filho que ficou na terra esperando por mim. Mas eu não voltarei. Serei morta. Contar na minha terra o que eu fazia na Europa do sonho africano não tinha perdão. “Se não fizeres isto conto à tua família e a todos os da tua aldeia”. O terror é de tal tamanho que não sei falar em palavras. Estou num lugar estranho. Sou estrangeira, preta, deambulando numa rua para traz e para a frente, indo com homens, recebendo dinheiro sem saber porquê. Hoje não me vendo. Alguém me ajudou sem medo dos homens que me metiam medo. Devolveu--me à terra deste país estrangeiro, onde sou preta, estrangeira. Cheiro o cheiro da terra, da água que rega esta terra onde crescem árvores plantadas por mim, flores, sebes, jardins. Mexo e remexo na terra que me entra no ser e me purifica. Afinal em terra estrangeira, uma preta estrangeira encontrou um lugar, onde a terra lhe foi devolvida e a dignidade lhe foi concedida. Sonho, sonho sempre que o futuro está a vir. Há-de vir toda a minha família para esta terra estrangeira para não passar fome e onde o meu filho homem há-de estudar. Eu não posso voltar.' O ano de 2007 despediu-se. De copos na mão, muitos celebraram a entrada em 2008, com gáudio e sorrisos estridentes. Desejos, expectativas, resoluções e planos perfilharam-se na última noite. No entanto, não há muitos motivos para festejar o debutar de 2008. As inquietações políticas e socioeconómicas do ano transacto não se deixaram deslumbrar pelos espectáculos de pirotecnia; mantêm-se e é difícil vislumbrar o seu término.
O ano de 2007 despediu-se. De copos na mão, muitos celebraram a entrada em 2008, com gáudio e sorrisos estridentes. Desejos, expectativas, resoluções e planos perfilharam-se na última noite. No entanto, não há muitos motivos para festejar o debutar de 2008. As inquietações políticas e socioeconómicas do ano transacto não se deixaram deslumbrar pelos espectáculos de pirotecnia; mantêm-se e é difícil vislumbrar o seu término. Etiquetas: Censura, Jornalismo, liberdade de expressão
 A coordenadora do Grupo ‘Mujer y Sociedad’ e colunista do jornal ‘El Tiempo’, Florence Thomas, quer ‘entender porque existe um ódio quase endémico em relação ao feminismo e às feministas’. Para ela, mais difícil do que compreender o antifeminismo vindo de homens – ‘que durante muitos séculos gozaram dos benefícios de uma cultura patriarcal que os colocou num lugar privilegiado em relação ao poder’ –, é encontrar uma explicação que justifique o antifeminismo de muitas mulheres.
A coordenadora do Grupo ‘Mujer y Sociedad’ e colunista do jornal ‘El Tiempo’, Florence Thomas, quer ‘entender porque existe um ódio quase endémico em relação ao feminismo e às feministas’. Para ela, mais difícil do que compreender o antifeminismo vindo de homens – ‘que durante muitos séculos gozaram dos benefícios de uma cultura patriarcal que os colocou num lugar privilegiado em relação ao poder’ –, é encontrar uma explicação que justifique o antifeminismo de muitas mulheres. Etiquetas: Direitos humanos, Discriminação, Feminismo, feminista
 O cancro do colo do útero constitui a segunda causa de morte por cancro nas europeias com idades compreendidas entre os 15 e os 44 anos. Anualmente, este tipo de cancro é diagnosticado a 50 mil mulheres, metade das quais acaba por morrer. Embora seja difícil de combatê-lo, os programas de rastreio e as infindáveis potencialidades das novas tecnologias podem prevenir em larga escala esta doença.
O cancro do colo do útero constitui a segunda causa de morte por cancro nas europeias com idades compreendidas entre os 15 e os 44 anos. Anualmente, este tipo de cancro é diagnosticado a 50 mil mulheres, metade das quais acaba por morrer. Embora seja difícil de combatê-lo, os programas de rastreio e as infindáveis potencialidades das novas tecnologias podem prevenir em larga escala esta doença.